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Ainda não sou velho, mas estou no caminho certo. Ao olhar para o caminho que leva ao futuro, sei que é apenas uma questão de tempo até que eu fique “oficialmente” velho. Está chegando. É inevitável. Ou pelo menos espero que seja. Também não existe uma linha clara quando uma pessoa é velha (embora costuma-se indicar 60 anos). Então, de repente, antes que percebêssemos, um dia chegamos lá. Olhamos no espelho e percebemos que somos velhos, e nunca soubemos quando realmente cruzamos essa linha.

Ao refletir sobre os anos que virão e como usarei meu tempo, terei que tomar decisões, que tipos de hobbies e interesses buscarei… A decisão mais importante, no entanto, é que tipo de velho eu serei.

Será que serei um velho rabugento, às vezes engraçado e um tanto quanto irritante de lidar, procurando o lado ruim de tudo. Um leitor de notícias, que não vê as coisas alegres e positivas, os tiroteios, a corrupção, quanto mídia que diga que o mundo está por água abaixo. Resmungando sempre que cada ocasião permitir, com sarcasmo afiado.

Será que serei um velho safado, sempre dando em cima das mulheres, dando em cima de enfermeiras, cuidadores, de garçonetes de todos os restaurantes que frequentar… Não há ninguém que não queira conquistar com meus galanteios e um tanto quanto pervertido.

Será que serei um velho adorável, que sorri e tem pessoas ao seu redor, o velho para quem as pessoas fazem festas de aniversário, que brincam com crianças, talvez isso exija amabilidade e isso requer participação, exige presença.

Será que serei um velho triste, que costuma estar sozinho e, mesmo quando acompanhado, tenta disfarçar sua tristeza, raramente há sorriso em seu rosto, quase dá para ver a tristeza emanando, de certa forma invisível aos outros, uma velho solitário, que pode ter perdido parceiro ou amigos, que talvez sinta dores físicas diariamente ou que talvez tenha entrado em depressão.

Será que serei um velho sábio, que continua a aprender, que não só tem a cabeça cheia de conhecimento, o velho sábio viveu muito e se lembra, faz conexões entre coisas que outros talvez não consigam. Ele vê a transitoriedade das coisas que fazemos, a impermanência. Ele não parece temer a morte. Em vez disso, parece aceitá-la como uma parte natural de estar vivo. 

Tornar-se tal velho não parece ser fácil, embora pareça uma ótima escolha, é repleto de percalços, sendo de importância a questão de saber se você é sábio ou não. Você precisa valorizar a sabedoria. Você precisa pensar como um sábio.

No momento não sei que tipo velho serei, espero que venha a tornar-me um velho sábio, apenas torço para que eu me saia bem.

“Se você não dedicar tempo suficiente para se conhecer, acabará absorvendo a definição que todos os outros têm de você.”E me dei conta: com que frequência deixamos isso acontecer? Com ​​que frequência deixamos o mundo, nossos amigos, nossas famílias e até mesmo estranhos nos dizerem quem somos?

Pense nisso.

Se você não reservar um tempo para descobrir o que ama, o que defende e o que te faz sentir vivo, outra pessoa decidirá por você. E o mais assustador é que você pode nem perceber. Um dia, você acordará e perceberá que tem vivido uma vida moldada pelas opiniões de todos os outros — exceto a sua.

Não acontece de repente. Quando alguém lhe diz: "Você é muito sensível", você para de expressar suas emoções. Ou quando diz: "Você é tão quieto", você se força a falar mesmo quando não quer. Ou quando insinua que você não é o suficiente como é, e passa anos tentando ser outra pessoa.

E para quê?Para agradá-los? Para se encaixar? Para se sentir digna?

Deixa eu te dizer uma coisa: ninguém mais pode te definir. Nem seus amigos, nem seus pais, nem a sociedade. Só você pode fazer isso. Mas a questão é: dá trabalho. É preciso sentar com você mesmo, fazer perguntas difíceis e ser brutalmente honesto sobre o que você quer e quem você é. Não é fácil. É confuso, desconfortável e, às vezes, solitário. Mas vale a pena.

Porque a alternativa? É viver a vida como um espelho, refletindo as expectativas dos outros, mas nunca mostrando seu verdadeiro eu. É acordar um dia e perceber que você nem sabe mais quem você é.

Então, eu te pergunto, aqui e agora: quando foi a última vez que você dedicou um tempo para se conhecer? Quando foi a última vez que você se perguntou: "O que eu realmente quero? O que me faz feliz? Em que eu acredito?"

Se você ainda não tem as respostas, tudo bem. Mas comece a perguntar. Comece a prestar atenção às coisas que te iluminam e às que te esgotam. Comece a dizer não ao que não parece certo, mesmo que decepcione os outros. Comece a dizer sim às partes de si mesmo que você ignorou por muito tempo.

Você deve a si mesmo viver uma vida que seja sua. Uma vida em que você saiba quem você é e se mantenha firme nisso. Porque o mundo sempre tentará lhe dizer quem você deve ser. Mas você? Você decide se quer ouvir.
Se isso recompensa a indignação e pune o pensamento, pare de seguir.
Se isso faz você comparar sua vida a uma ficção, pare de seguir.
Sua paz é inegociável.
Se isso monetiza sua ansiedade, pare de seguir.
Se isso fragmenta seu foco em bytes inúteis, pare de seguir.
Se isso reduz sua humanidade a métricas, pare de seguir.
A vida real acontece além das telas.
Se promete conexão, mas gera isolamento, pare de seguir.
Se transforma seu tempo em lucro para alguém, pare de seguir.
Se te faz sentir pior a cada rolagem, pare de seguir.
Você era completo antes que te fizessem duvidar disso.
Estamos chegando a um gargalo familiar na IA. Anteriormente, os humanos tinham que codificar manualmente os padrões que a IA conseguia reconhecer. Com o aprendizado profundo, as máquinas começaram a aprender padrões por conta própria, sem assitência humana. Com humanos (relativamente caros, lentos e obsoletos) fora do circuito, jogamos soltas as máquinas no escrutínio dos dados do mundo, até que elas começassem a falar, codificar e pintar. Muitas pessoas acreditavam que isso seria suficiente para alcançar a superinteligência artificial - mas não foi.

Ficamos sem dados. Felizmente, nossos bots recém-nascidos podiam se comunicar 24 horas por dia, 8 dias por semana - não apenas com centenas de milhões de pessoas, mas também com outros programas. Esses programas faziam perguntas aos bots, verificavam suas respostas e, em seguida, usavam as respostas corretas para aprimorar ainda mais os modelos. Dados infinitos e gratuitos. Se os dados do mundo não bastassem, dados infinitos deveriam bastar - mas não basatavam.

Estamos assistindo à ascensão dos raciocinadores - modelos que "pensam" antes de dar uma resposta. Modelos que geram uma série de palavras para aumentar a propabilidade de eventualmente produzir algo que queremos. Com certeza, com certeza, é isso. Assim que treinamos um modelo para raciocinar, ele será capaz de raciocionar sobre suas próprias respostas e, de alguma forma, magicamente, se autoaprimorar.

Esse autoaperfeiçoamente infinito provavelmente não acontecerá. Da mesma forma que uma quantidade fixa de massa não pode produzir energia infinita, suspeito que uma quantidade fixa de informação não possa produzir inteligência infinita, não importa o quanto a realimentamos. Fundamentalmente, um modelo precisa de informações externas, sejam elas uma resposta de um sistema externo ou um ser humanos filtrando sua saída anterior para garantir qualidade.

Fornecemos algumas informações externas usando sistemas de verificação formais, e é por isso que o desempenho em matemática e programação é o principal fator.

Desta vez, não dizemos apenas às máquinas quais padrões procurar; em vez disso, filtramos dados sintéticos para "direcionar" o modelo para as respostas que preferimos, ou seja, dizemos a elas quais padrões procurar, mas de forma mais barata.

Neste ponto, se a mistura certa de dados selecionados pudesse produzir superinteligência, isso teria acontecido. Estaremos nos aproximando do limite do que esses sistemas podem fazer. Não me entendam mal, eles podem fazer muita coisa – são basicamente mágicos – mas geralmente não conseguem se autoaprimorar sem humanos ou verificadores. E, honestamente, não consigo imaginar o que mais virá além de uma IA autoaprimorável. 

A resposta ainda depende dos humanos. Para desgosto de alguns homens arrogantes no Vale do Silício, as pessoas ainda são um ingrediente-chave. 
A vida às vezes pode ser difícil - nós mesmo aprendemos isso rapidamente. Mas o que às vezes sutilmente ou explicitamente, é que a vida parece fluir melhor depois que as partes difíceis passam. Que se você está se sentindo ansioso, precisa resolver a situação antes de poder falar. Que, se você está de luto, precisa esperar até que a tristeza passe antes de poder recomeçar. A regra mental implícita é esta: que você precisa evitar se sentir mal para se sentir bem, e precisa se sentir bem antes de poder fazer bem, ou fazer o bem.

Mas é uma armadilha, na qual caímos porque quase faz sentido. Estamos acostumados a resolver problemas. Tocamos em fogão quente e afastamos a mão. Tratamos doenças e esperamos a recuperação. Mas o mundo dentro da nossa pele segue regras diferentes: quando se trata de pensamentos e sentimentos, tentar eliminar a dor muitas vezes piora.

A mente humana é uma ferramenta incrível, que nos permite imaginar, planejar, avaliar e criar. Mas essa mesma mente também nos diz que não deveríamos sentir o que estamos sentindo. Ela sussurra “Você precisa se livrar disso primeiro. Você precisa se sentir melhor antes de poder seguir em frente”. 

Em um processo de #“evitação experiencial”#.  Quanto mais começamos a organizar nossas vidas em torno de não sentir certas coisas, mais nos anestesiamos e mais nossas vidas se tornam mais curtas. Decerto também existe um outro processo de #“apego experiencial” baseia-se em uma ligeira modificação, você precisa se apegar a se sentir bem ou se sentirá mal, e precisa se sentir bem antes de agir bem.

A verdade é que, quanto mais buscamos a “felicidade” com apego “senão…”, mais ela se esvai! 

Vivemos em um mundo que venera o conforto e o controle. De livros de autoajuda a slogans publicitários, nos dizem que devemos ser felizes, que o desconforto é um fracasso, e que, se nos sentimos mal, devemos estar fazendo algo errado. Então naturalmente, começamos a lutar contra nossa dor. Nós a reprimimos, a anestesiamos, nos distraímos dela - mas isso significa que não podemos aprender com ela. Não podemos deixá-la assumir seu papel natural de transṕortar informações. Com supressão suficiente, podemos até nos tornar idiotas emocionais - sem nem mesmo saber o que sentimos.

Mas observemos que apegar-se a se sentir bem é outra forma similar de processo. Quando tentamos desesperadamente fixar bons sentimentos, eles também perdem valor informativo (em todo ou em parte). 

Tendo a acreditar que quantos mais tentamos controlar o mundo interior por meio da evitação e do apego, mais nos desgastamos. A energia gasta em ambas as formas, em vez disso, dever-se-ia ser usada para viver - e, ainda assim ficamos presos em um ciclo, tentando estabelecer os sentimentos “certos” antes de começarmos a agir.

Precisamos de uma capacidade maior de sentir plenamente, de nos mostrar no presente e de fazer o que importa, independentemente  dos pensamentos ou emoções que surjam. Dito de outro modo, as emoções ṕrecisam ter permissão para ir e vir, para que possam nos auxiliar na orientação em relação à nossa própria história e às circunstâncias atuais. Elas são mais como luzes no painel do carro.

Há um certo senso de liberdade que surge quando percebemos que não precisamos nos sentir melhores para viver melhor. Essa ansiedade não precisa desaparecer de você falar em público…. e da mesma forma que a felicidade não precisa ser “fixada no lugar”, como uma borboleta com alfinete, espetado nela para mantê-la no quadro de avisos, matando a própria emoção.

A vida pede nossa participação, não nossa perfeição. E seus valores - as coisas com as quais você realmente se importa - não exigem que você espere até se sentir pronto. Eles apenas pedem que você comece e apareça. Então, talvez hoje seja o dia de parar de evitar ou se apegar e começar a viver.

Li em algum lugar que as pessoas são como rios. Estamos em constante movimento, mudando, abrindo novos caminhos, fluindo. No começo, não entendi - como que eu poderia ser como um rio? Mas quanto mais eu pensava nisso, mais sentido fazia.

Você já parou à beira de um rio? Ele não tem pressa, ele não é vagaroso, ele tem um ritmo, ele flui. Não se preocupa para onde vai ou com os obstáculos que lhe são apresentados. Pedras? Ele flui em volta delas. Uma curva no caminho? Ele se adapta e continua se movendo. Não luta para permanecer o mesmo. Ele se deixa fluir.

Mas eis a questão: quantos de nós nos permitimos ser assim? Quantos de nós nos permitimos mudar, crescer e fluir sem culpa ou medo?

Apegamos-nos à ideia sobre quem achamos que deveríamos ser; às expectativas dos outros. A planos que não fazem mais sentido. E quando a vida nos joga uma pedra ou nos faz tomar um rumo que não prevíamos, resistimos, lutamos contra isso, tentamos permanecer exatamente como somos.

Mas talvez não estejamos destinados a permanecer os mesmos, talvez a questão não seja ser uma versão perfeita de nós mesmos, mas sim… aprender, desaprender, seguir em frente… seguir em frente, desaprender, aprender.

O rio não pede desculpas por mudar, por fluir, “ei espere eu costumava fluir diferente, não posso continuar assim”, ele se adapta, confia que para quer que vá, é para onde deve ir.

Então, por que não podemos fazer o mesmo? Por que não conseguimos abrir mão da necessidade de ter tudo resolvido? Por que não nos permitimos abrir mão do que não está mais funcionando - para fluir em uma direção diferente quando a vida nos pede?

Não se trata de desistir, mas sim de confiar que você tem permissão para crescer. Que não há problema em abrir mão de pessoas, sonhos ou versões de si mesmo que não se encaixam mais. Que você não precisa se destruir tentando permanecer o mesmo quando a vida pede que você mude.

A vida não é uma linha reta. Você passará por reviravoltas que não planejou. Enfrentará obstáculos que não esperava. Mas também abrirá novos caminhos, descobrirá novas paisagens.

 triste? Leia Marco Aurélio.

feliz? Leia Marco Aurélio.

inseguro? Leia Marco Aurélio.

bravo? Leia Marco Aurélio.

cheio de medo existencial? Leia Marco Aurélio.