Preciso de um propósito para me sentir vivo. Preciso de uma razão maior para existir. Se não estou buscando “algum” propósito, estou falhando. Não, você não precisa. Por que você quer um propósito para viver? Viva. Viver já é o propósito em si. Fomos ensinados a valorizar muito o propósito. Você não apenas vive, precisa de uma razão. Muitas vezes nem questionamos de onde vem essa sede por propósito. Simplesmente a herdamos. Encontre seu propósito, ou você está condenado.
Ok, isto pode, poderia, ou já foi algo de boa-fé, até mesmo inspirador, até se tornar opressivo. E te impedir de viver. O sentido da vida é simplesmente estar vivo. É tão claro, tão óbvio, tão simples. E no entanto, todos corremos em pânico como se fosse necessário alcançar algo além de si mesmos. E nos sentimos ansiosos quando não estamos alcançando. Fomos condicionados a pensar que o simples fato de existir não basta. E se o sentido da vida não for buscar um propósito como se a nossa vida dependesse disso, mas simplesmente viver?
“Viver” tornou-se uma lista de tarefas. A pergunta “por quê” pode ser brilhante e tóxica ao mesmo tempo. “Por que estou aqui?” É uma pergunta mais profunda que nos faz refletir. Entretanto também pode ser um disfarce para o medo. Perguntamos “por quê” porque queremos ter controle. Queremos dominar a incerteza, colocar a existência em uma caixa.
Quanto mais você para de procurar um propósito para tudo, mais vivo você se torna. Você não precisa de justificativas para existir. A pressão para encontrar um propósito muitas vezes mata a alegria de viver. Não estou dizendo para viver a vida sem rumo. Viva por si só. Porque você já está vivendo. Se você está preso no ciclo do “porquê”, isso bloqueia a alegria do agora. Viver não é uma teoria a ser resolvida. É alegria, dor, sofrimento, tristeza e contentamento, confusão, amor, tédio e tudo. Você não precisa dar sentido a isso. Você só precisa deixar acontecer. Pare de esperar por um único propósito. Você é isso. Você é a razão. Pare de tentar viver por algo. O propósito é a própria vida.
A sabedoria dessa verdade reside no fato de que você não se sente mais inadequado por não ter “encontrado seu propósito”. O pássaro não questiona o significado de suas asas. Simplesmente voa. Seu propósito não é algo a ser encontrado. É a própria vida. O sentir, o ver, a dor, o amar, o falhar, o tentar novamente. Você não precisa encontrar “aquilo” que completa sua vida. É apenas mais uma distração. Mais uma forma de evitar o fato de que você já está vivo. Viver não é uma tarefa. É uma experiência.